Colonizando Marte: Musk reafirma sua ambição de enviar 1.000 espaçonaves a Marte dentro de 20 anos

Por Gustavo José
maio 17, 2025

Em seu último discurso na estação de lançamento da Space X em Boca Chica, Texas, Elon Musk reafirmou suas ambições de colonizar Marte. Segundo ele, o progresso da empresa no campo da tecnologia espacial e a esperada redução no custo dos lançamentos permitirão o envio de pelo menos 1.000 espaçonaves para o planeta Marte nos próximos 20 anos.

O CEO e engenheiro-chefe da SpaceX, Elon Musk, anunciou oficialmente sua intenção de colonizar Marte em 2016 para garantir a sobrevivência da humanidade a longo prazo. Embora o projeto ainda seja visto com ceticismo, parece estar ganhando força à medida que os projetos espaciais da SpaceX avançam. A empresa desenvolveu um plano claro que acredita que garantirá a continuidade do projeto a longo prazo. A parceria público-privada financiará foguetes Starship e outras espaçonaves para garantir a criação da primeira colônia marciana.

"Todos os programas atuais da SpaceX, incluindo Falcon, Dragon, Starlink e Starship, são essenciais para desenvolver as tecnologias necessárias para tornar as missões a Marte uma realidade", disse a empresa em comunicado.

Em sua última apresentação em Boca Chica, Musk falou sobre o progresso do trabalho nos foguetes Starship, enfatizando seu compromisso com o projeto. A atualização falou sobre "as prioridades imediatas da Starship, que liberarão a capacidade do foguete de ser total e rapidamente reutilizável, o que será um grande catalisador para transformar a capacidade da humanidade de enviar grandes quantidades de cargas úteis para a órbita e além".

A médio e longo prazo, esses avanços estabilizarão o mercado, o que reduzirá significativamente o custo dos lançamentos e possibilitará o envio de mais de 1.000 espaçonaves para Marte ao mesmo tempo. Isso, por sua vez, tornará as viagens espaciais mais acessíveis, permitindo que o maior número possível de pessoas pegue a estrada. Musk afirma que, nos próximos vinte anos, será possível estabelecer as primeiras colônias no planeta. Segundo ele, não serão pequenos postos avançados temporários, como o da Nasa na Lua, mas sim pequenas cidades permanentes com uma população de cerca de 1 milhão de pessoas.

Reduza os custos em até 400 vezes

Entre as últimas conquistas do programa Straship estão três voos de teste orbital. Embora nenhum desses testes tenha sido realmente conclusivo, a SpaceX afirma que o mais recente ainda foi um avanço significativo. Pela primeira vez, o megafoguete atingiu a velocidade orbital, e o teste para a transferência de carga para a órbita também foi concluído com sucesso.

Um quarto voo de teste está programado para maio deste ano, que, segundo Musk, tem 90% de probabilidade de ser bem-sucedido. Conforme anunciado mais recentemente, o veículo de lançamento Super Heavy será içado por uma nova plataforma especializada Mechazilla, equipada com braços robóticos gigantes que permitirão atracar com segurança com o solo. O pouso do segundo estágio do foguete com acionamento está previsto para uma data posterior, após novas modificações.

Musk também disse que mudanças adicionais serão feitas no design do foguete. O empuxo dos motores Raptors será aumentado para 300 toneladas, em comparação com 280 toneladas para os motores atuais. Isso fornecerá um impulso total de 10.000 toneladas para todo o sistema de lançamento da Starship. Este aumento de potência deve-se, em parte, ao facto de os motores serem bastante simplificados, integrando sistemas de arrefecimento diretamente neles, tornando-os mais leves e fiáveis.

Evolução do projeto do motor Raptor.

A Space X também planeja aumentar o comprimento do foguete Starship em 10 metros, o que permitirá transportar uma carga útil maior, de até 200 toneladas. De acordo com Musk, isso levará a economias significativas: o custo do foguete será de apenas US$ 9 milhões - o mesmo custo de meia tonelada de carga útil para o foguete Falcon 1 - que é 400 vezes menor do que os foguetes Starship anteriores.

Incertezas remanescentes

Musk pensa ainda maior, planejando construir foguetes especializados para a órbita baixa da Terra, a Lua e Marte. Eles serão projetados de tal forma que possam ser facilmente desmontados, por exemplo, para fornecer materiais de construção para colônias marcianas.

Além disso, o primeiro comboio de espaçonaves será montado e reabastecido na órbita baixa da Terra em antecipação ao momento certo para iniciar a jornada para Marte, ou seja, o alinhamento ideal do planeta com o nosso. Esse ponto ocorre a cada 26 meses, o que exigiria 10 lançamentos por dia para completar a primeira frota de 1.000 mísseis. Ele também planeja instalar usinas de reprocessamento de combustível e usinas nucleares lá.

No entanto, alguns especialistas permanecem céticos de que um projeto de grande escala possa ser implementado em apenas duas décadas. Ainda há muita incerteza sobre o financiamento do projeto, sem contar que ele é focado principalmente no transporte para Marte e não o suficiente nas fases de instalação no local. Algumas pessoas também se opõem ao projeto devido a inúmeros perigos locais, como a falta de uma magnetosfera protetora. Também foram levantadas questões sobre como resolver problemas na Terra antes de considerar colonizar outro planeta.

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