Astrofísicos resolveram o mistério do coração de Plutão
Por
Gustavo José
maio 17, 2025
O mistério da formação da estrutura da superfície semelhante ao coração vista em imagens do planeta anão Plutão tiradas pela sonda New Horizons foi finalmente resolvido por uma equipe internacional de astrofísicos. A descoberta foi possível graças a simulações numéricas, que reproduziram com sucesso a forma incomum dessa estrutura de gelo e explicaram sua origem como um impacto lento gigante em um ângulo oblíquo.
Coração no Cinturão de Kuiper
Sputnik Planitia é uma região incrível localizada na superfície do planeta anão Plutão. Ele foi descoberto pela primeira vez em 2015 pela sonda New Horizons, da Nasa, que tirou as primeiras imagens detalhadas de Plutão e suas luas, e apresenta um coração em forma de coração e uma aparência notavelmente suave. Além disso, é visivelmente menor em altitude do que as áreas circundantes da superfície do planeta-anão, e a depressão atinge de três a quatro quilômetros. Finalmente, é composto principalmente de gelo de nitrogênio, o que lhe dá uma cor branca brilhante.
A origem exata da Planície Sputnik é passível de controvérsias e, desde sua descoberta, tem atraído o interesse e a atenção dos astrônomos. No entanto, uma das teorias dominantes sugere que é o resultado de uma colisão cataclísmica no passado distante de Plutão. De acordo com essa teoria, um enorme impactor caiu na superfície de Plutão, que formou uma depressão e deixou para trás uma forma característica. Simulações numéricas também apoiaram essa hipótese, mostrando que o impacto foi oblíquo, o que explica a forma alongada da planície do Sputnik.
Um estudo recente de uma equipe de especialistas da Universidade de Berna e da Universidade do Arizona em Tucson lançou luz sobre essa questão.
Soco Gigante
De acordo com este estudo, a planície de Sputnik foi formada como resultado de uma colisão cataclísmica de Plutão com um corpo planetário de tamanho considerável, cujo diâmetro é estimado em cerca de 700 quilômetros. Para efeito de comparação, esse corpo planetário teria cerca de duas vezes o tamanho da Suíça.
Um dos resultados mais significativos das simulações numéricas é que o impacto que formou a Planície Sputnik foi oblíquo. Lembre-se que em uma colisão oblíqua, a onda de choque atinge a superfície não perpendicularmente, mas com uma certa inclinação. Isso significa que a energia do impacto é distribuída de forma desigual pela superfície do planeta, criando diferentes forças e pressões dependendo da direção do impacto. Como resultado, a deformação da superfície do planeta ocorre de forma desigual, o que pode levar à formação de estruturas geológicas complexas. No caso da Sputnik Plain, o impacto oblíquo resultou em uma depressão alongada que, quando vista de cima, se assemelha ao formato de um coração.
Essa descoberta abre novas perspectivas em nossa compreensão das origens de Plutão e da formação de planetas no sistema solar externo. As próximas etapas do estudo incluem um estudo mais aprofundado do processo de migração da Planície Sputnik e seu impacto na estrutura interna de Plutão.
Os detalhes do estudo foram publicados na revista Nature Astronomy.
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