Padrão de ondas cerebrais ‘universal’ encontrado entre primatas
Por
Gustavo José
maio 17, 2025
Recentemente, cientistas fizeram uma descoberta surpreendente sobre padrões de ondas cerebrais em diferentes espécies de primatas, incluindo humanos. Este estudo confirma a existência de um padrão universal de atividade elétrica nas seis camadas do córtex cerebral.
Estudo aprofundado do córtex cerebral
O córtex cerebral desempenha um papel central na realização de funções cognitivas complexas. Apesar da variedade de tarefas que realiza, todas as suas partes possuem um esquema anatômico comum, caracterizado pela presença de seis camadas distintas. Embora o diagrama anatômico geral dessas seis camadas do córtex cerebral seja conhecido, o novo estudo visa entender melhor o funcionamento elétrico de cada uma delas.
Como parte desse trabalho, os cientistas usaram macacos como macacos de teste. Eles coletaram dados usando sondas de fluxo laminar multicontato, que fornecem alta resolução enquanto registram sinais elétricos em diferentes camadas do córtex cerebral.
Esta abordagem inovadora tem sido aplicada a 14 diferentes áreas do córtex cerebral, abrangendo diferentes estágios e funções do processamento hierárquico de informações. Pense nessas sondas como telescópios explorando as profundezas mais profundas e sutis do cosmos cerebral.
Padrão espectrolaminar
O estudo descobriu um fenômeno intrigante conhecido como "padrão espectrolaminar", que abre novos insights sobre nossa compreensão do complexo funcionamento do cérebro. É caracterizada por dois tipos diferentes de ondas cerebrais.
Nas camadas superficiais do córtex cerebral, os pesquisadores observaram ondas de atividade rápida conhecidas como "ritmos gama" (50-150 Hz). Esses ritmos gama são frequentemente associados a processos de pensamento conscientes e à aquisição de informações sensoriais. Pense nessas ondas como flashes rápidos de luz iluminando as camadas superiores do córtex cerebral em momentos de reflexão e processamento ativo de informações.
Por outro lado, nas camadas mais profundas, os cientistas encontraram ondas de atividade mais lentas chamadas "ritmos alfa-beta" (10-30 Hz), que parecem agir como um gatekeeper, determinando quais informações entram na consciência. Eles funcionam como uma espécie de filtro, permitindo que apenas as informações consideradas relevantes ou importantes passem.
O que torna esta descoberta particularmente empolgante é que esse padrão de atividade parece ser consistente em todas as áreas do córtex cerebral estudadas. Pense nisso como uma avaliação universal, uma base que ajuda o cérebro a funcionar sem problemas, apesar das nuances anatômicas.
Além disso, os pesquisadores também mostraram que esse padrão é evidente tanto em primatas marmolinas (Callithrix jacchus) quanto em humanos.
Quais são as consequências?
Com base em estudos anteriores com macacos, os pesquisadores levantam a hipótese de que esses padrões refletem o mesmo processo mental em cada espécie de primata. Como tal, esta observação poderia potencialmente fornecer informações interessantes sobre a função cerebral nesta grande família de mamíferos.
As implicações deste estudo vão além de simplesmente entender como o cérebro funciona. Esta pesquisa aprofundada pode lançar luz valiosa sobre patologias neurológicas complexas, como a doença de Alzheimer ou esquizofrenia. Esse avanço pode abrir novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento dessas doenças, que muitas vezes estão associadas a anormalidades na atividade cerebral.
Os detalhes do estudo foram publicados na revista Nature Neuroscience.
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