Novo vulcão gigante descoberto em Marte
Por
Gustavo José
maio 17, 2025
Ainda há muito que não sabemos sobre o planeta Marte, mas seu passado vulcânico intenso e relativamente recente já é bem conhecido pelos pesquisadores. Sabemos que existem vários vulcões maciços em sua superfície e que Marte experimentou várias erupções poderosas que mudaram completamente sua geografia e topografia. No entanto, pesquisadores do programa SETI acabam de anunciar novidades que a comunidade científica não esperava. Eles acabam de descobrir um novo vulcão incrivelmente massivo que os astrônomos nunca viram antes. E como se isso não fosse surpreendente o suficiente, descobriu-se que ele estava à vista de todos... em uma região bem conhecida deste intrigante planeta.
Um novo vulcão maciço foi descoberto em Marte
Acaba de ser feito um relatório sobre este assunto. Na 55ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária - um evento copatrocinado pelo Instituto Lunar e Planetário e pelo Centro Espacial Johnson da Nasa que acontece no Texas de 11 a 15 de março de 2024 - cientistas anunciaram que descobriram um vulcão gigante e uma potencial calota de gelo enterrados a leste da região vulcânica de Tharsis, perto do equador.
Surpreendentemente, esta área já foi fotografada muitas vezes. Em 1971, a sonda espacial Mariner 9 pôde estudá-la. Devido à sua localização privilegiada entre a região do Labirinto Noctis ("Labirinto da Noite"), conhecida por seus cânions que se cruzam, e os Vales Marineris, com seu relevo monumental e particularmente profundo, os cientistas tiveram a oportunidade de avistar este vulcão, temporariamente apelidado de "Vulcão Noctis" em antecipação ao seu nome oficial.
No entanto, apesar do fato de que ele estava escondido à vista em numerosas imagens do Planeta Vermelho, a erosão severa não permitiu que fosse detectado antes. No entanto, segundo especialistas, sua altura é de mais de 9022 metros, e sua largura é de cerca de 450 quilômetros. "Estávamos estudando a geologia da região onde encontramos os restos de uma geleira no ano passado quando percebemos que estávamos dentro de um vulcão enorme e altamente erodido", explica o Dr. Pascal Lee, principal autor do estudo e cientista planetário do Instituto SETI e do Instituto Marte.
Este mapa topográfico mostra a localização do Monte Noctis e seu enorme tamanho.
Todos os sinais de um vulcão estavam lá
De qualquer forma, a natureza vulcânica desta descoberta não levanta dúvidas entre os pesquisadores. Eles foram capazes de confiar em uma série de pistas, incluindo o amontoado de cânions e planaltos formados pelos restos de fluxos vulcânicos que já haviam sido descobertos a leste do Labirinto Noctis.
O setor central do cume do vulcão também é caracterizado por várias montanhas que formam um arco que começa no topo da estrutura e desce a partir dela. As encostas externas e mais leves se estendem e recuam em diferentes direções por uma distância de até 225 quilômetros. No centro da estrutura, os restos de uma caldeira (uma depressão circular ou elíptica no centro de edifícios vulcânicos em que a lava está localizada) também são claramente visíveis. Isso também é inequivocamente evidenciado por fluxos de lava e depósitos piroclásticos (uma mistura de cinzas e fragmentos de carvão, pedra-pomes ou tefra), bem como depósitos de minerais hidratados visíveis em algumas áreas do perímetro circundante.
Esta imagem 3D do vulcão mostra os restos de uma caldeira.
Um futuro candidato a mais estudos?
Embora este vulcão ainda não tenha sido descoberto, seu tamanho impressionante e observações sugerem que ele esteve ativo por muito tempo, até recentemente. Além disso, há uma fina camada vulcânica na parte sul do vulcão que pode conter gelo. A existência de um vulcão eruptivo gigante, combinada com a possível presença de gelo glacial, é de particular importância. Pode ser um bom lugar para estudar a evolução geológica de Marte ao longo dos séculos e procurar sinais de vida com a ajuda de robôs ou até mesmo futuros exploradores humanos.
Você pode encontrar os detalhes deste trabalho aqui no site da SETI.
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